Wong-Kar-Wai é um dos
principais nomes do cinema contemporâneo chinês, sendo cada vez
mais reconhecido ao redor do mundo assim como consagrado pelos mais
importantes festivais de cinema.
O diretor, graduou-se
em design gráfico pela Hong Kong Polytechnic School e após se
inscrever na Hong Kong Television Broadcasts (TVB) passou a trabalhar
como assistente de produção e roteirista.
Wong usa em boa parte
de seus filmes a estética, solidão e sua relação com a realidade
e com o tempo. As obras que abordam bem essa temática é “2046 -
Os segredos do amor” (2004), e “Um beijo roubado” (2007).
Primeiramente “2046 -
Os segredos do amor” é o oitavo longa-metragem de sua carreira, o
filme levou quatro anos para ser concluído e é tido como o último
filme de uma trilogia que teve antes “Dias selvagens”, de 1991 e
“Amor à flor da pele”, de 2000. Tem como gênero drama e duração
de 2h7min, nele conta a história de um escritor chamado Chow Mo-Wan
(Tony Leung Chiu Wan) que retorna a Hong Kong para escrever um
romance de ficção científica sobre um misterioso trem, altamente
tecnológico, que transporta os passageiros para o ano de 2046.
Em “Um beijo
roubado”, seu primeiro longa-metragem em inglês, com o gênero
drama romântico e duração de 1h35min, teve como atriz principal a
cantora de jazz e vencedora do Grammy, Norah Jones.
No filme Elizabeth
(Norah Jones) descobre que está sendo traída e rompe com o
namorado, irritada ela vai até uma lanchonete e conhece Jeremy (Jude
Law), mas mal sabe ela que uma simples chave irá faze-lá se
apaixonar novamente.
Alguns elementos
utilizados neste dois filmes são a exploração de elementos
visuais, em enquadramentos, cores, iluminação, texturas,
embaçamentos, névoas e fumaças.
No primeiro filme, Wong
usa suas experiências reais para a construção dos personagens. O
primeiro plano, ele usa o enquadramento dos personagens no lado
direito e no lado esquerdo cores escuras, ou mostrando detalhes do
cenário. A trilha sonora vai e volta, usando a mesma música em
situações diferentes, mas tendo a mesma sintonia.
Já no segundo filme a
câmera filma o personagem na vertical e na horizontal para vermos
como está se sentindo. A música é a mesma do filme “Diários de
motocicleta”.
Na fotografia havia cenas com cor, embora seja escuro, as imagens eram desfocadas e as câmeras geralmente ficavam escondidas.
Na fotografia havia cenas com cor, embora seja escuro, as imagens eram desfocadas e as câmeras geralmente ficavam escondidas.
Há uma metáfora no
pote em que Jeremy guarda as chaves das pessoas que já passaram na
lanchonete, pois também guarda histórias e esperanças de que as
pessoas voltem para buscar as chaves e que as histórias se fechem.
As luzes, os objetos,
enquadramentos e os diversos outros elementos estéticos estão
sempre ligados ás sensações que se passam na narrativa.
Para a criação de uma
nova relação com a realidade, Wong utiliza os elementos estéticos
e recorta o tempo e o espaço com montagens cheias de flashbacks,
mudanças de velocidade, elipses e descontinuidades. Mistura o
passado, presente e futuro, repetem-se cenas, criam-se buracos no
tempo.
Suas obras falam de
perdas, de passado que nunca volta, da dor que o tempo pode deixar
nas pessoas, personagens que partem deixando outro apaixonado à
espera ou desolados.
Dá a entender que o
diretor quer nos passar uma mensagem sobre o tempo, como o uso do
trem em suas obras, pois o trem remete ao deslocamento que fazemos de
um lado para o outro, mostrando que estamos insatisfeitos com a nossa
posição na vida.
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